segunda-feira, setembro 29

Eu amo, sim, eu amo.

Eu amo manhãs de sábado que pra mim sempre são amarelas, inclusive nos dias cinzentos de chuva.

Amo tempo frio, pois fico aproveitando o calorzinho especial da minha cama até mais tarde.

Amo viajar, porque a estrada me leva a reflexões produtivas.

Amo comer brigadeiro quente na panela, mesmo que acabe queimando minha língua.

Amo ter crises descontroladas de riso com meus amigos e ver o quanto temos em comum.

Amo conhecer novas pessoas e descobrir que elas têm universos interiores, assim como eu.

Amo assistir filmes inteligentes e me sentir mais esperto quando começam os créditos finais.

Amo cafés da manha em família, onde a cozinha fica tão abarrotada, que acabo comendo em pé.

Amo sorrir para grávidas ao pensar que ali há uma nova vida em formação.

Amo ouvir músicas e me empolgar com elas quando ninguém está vendo.

Amo noites de lua cheia com céu estrelado e brisa noturna.

Amo sentir o vento no rosto quando saio de casa ou em qualquer outro momento do dia.

Amo ter sonhos malucos e acordar sorrindo.

Amo abrir o baú de lembranças dentro do ônibus e de tão entretido, não ver o tempo passar.

Amo discutir com gente que tenha argumentos tão válidos quanto os meus.

Amo ler e me inserir na história pelos olhos do personagem.

Amo reuniões familiares barulhentas.

Amo andar de bicicleta na praia e me sentir livre.

Amo um dia chuvoso, onde eu possa me enrolar em um cobertor na sala e assistir filmes até pegar no sono.

Amo descobrir novas maneira de fazer as mesmas ações do dia-a-dia.

Amo tirar fotos de flores, árvores, folhas e de muitas outras coisas mais.

Amo quando as luzes do cinema vão se apagando, pois junto com elas me desligo do mundo real.

Amo assistir desenhos porque volto a ser criança.

Amo o mês de dezembro acima de todos os outros e começo a esperar pelo natal desde outubro.

Amo ir à igreja e ficar em sintonia com Deus.

Amo sentir minhas idéias fluírem na medida em que as escrevo.

Amo preencher uma folha em branco com minhas opiniões.

Amo surpreender aqueles que amo.

Amo ver finais felizes, ou imaginá-los quando não acontecem.

Amo ter boas doses de criatividade.

Amo ver o mundo da forma como o vejo.

Eu amo tudo isso...

Sim, eu amo.

quinta-feira, setembro 25

Shake Wario, shake!

Desde ontem milhares de blogs publicitários estão alardeando a ação feita pela Nitendo. A empresa colocou um vídeo no Youtube para divulgar o novo jogo Wario Land: Shake It! para o Nitendo Wii. A princípio nada demais. Porém, à medida que o personagem atua no filme, a página vai sendo destruída. Muito interessante e bem feito, mas não me surpreendeu muito, até porque eu já tinha visto algumas coisas parecidas com essa. O fato de ser no Youtube é o que chama a atenção, já que isso não costuma acontecer por lá. O site do jogo também é muito bom. Interativo e com design pertinente, ensina até algumas jogadas. Para quem tem Wii vale a pena comprar.


terça-feira, setembro 23

Fotografia, a escrita da luz.

Uma vez, quando tinha de 12 para 13 anos, peguei-me envolto a uma corrente de pensamentos sobre fotografia. Imaginava que naquele momento, se tivesse uma câmera, seria capaz de me tornar um grande fotógrafo e que qualquer pôr-do-sol seria simples e fácil de enquadrar. Rapidamente comecei a formular planos. O sucesso era garantido, só me bastava o equipamento necessário! Porém, acabei guardando todas aquelas idéias e desejos em uma pequena câmara escura em minha cabeça. Não poderia levar aquilo à frente já que não tinha acesso a câmeras analógicas e as digitais só existiam em uma realidade que decididamente não era a minha. Além disso, ninguém em sã consciência me daria uma máquina fotográfica. Eu era completamente avoado, me distraía com facilidade e esbarrava em tantas coisas que minhas canelas eram um verdadeiro mosaico de manchas roxas. (vale dizer que eu continuo sendo distraído e avoado, mas minhas pernas agora são de uma cor uniforme).

Os anos foram passando, eu entrei na faculdade de Publicidade e Propaganda, e fiquei animadíssimo ao saber que teria uma matéria de fotografia. Um raio de esperança entrou na esquecida câmara escura e os pensamentos de outrora foram acordados Por motivos de qualidade de ensino, acabei transferindo meu curso para o IESB e estarreceu-me saber que a matéria de fotografia publicitária tinha sido retirada da grade após uma reformulação na faculdade. Até hoje não me conformo, e acho esta, a pior falha no currículo do curso.

Nas férias de julho desse ano, decidi que havia chegado a hora de iluminar a escuridão da câmara. Inscrevi-me num curso de fotografia básica, e me encantei quando percebi que os planos feitos na infância reapareciam intactos e que poderiam se tornar realidade. Com algum esforço, eu conseguia capturar o mundo da maneira como o via. E o mais importante: eu podia compartilhar minha ótica com os outros.

Algumas coisas, entretanto, provaram ser diferentes do que eu acreditava. Fotografar não é apenas apontar a câmera e apertar um botão. Fotografar é conseguir enxergar formas, poses e novas disposições em elementos ignorados no dia-a-dia. É não ter vergonha de se jogar num canteiro de flores no meio de um cruzamento pra eternizar o pouso de uma abelha. É deitar de barriga no chão em um parquinho de areia para ter o registro de uma criança brincando. É não ligar para o olhar de espanto ou admiração dos outros enquanto se busca a luz ideal. Quando tenho uma câmera nas mãos, faço tudo isso sem perceber. Sou levado pelo mundo das imagens e acabo descobrindo diminutas cenas de paz em nosso mundo tão conturbado. Momentos como esse, deveriam ser vividos por todos ao menos uma vez. Talvez assim conseguíssemos enxergar uma realidade mais amena, que está sempre ao nosso alcance, mas que não vemos por andarmos sempre rápido demais.

Alguns trabalhos amadores (sim, pois sei que tenho muito o que aprender) estão aqui.

domingo, setembro 21

Nippon – 100 anos de integração Brasil – Japão

Sábado, 20 de setembro de 2008

14:00 - Sai de casa determinado. Nada me impediria a ir ao CCBB naquela tarde. Após duas visitas marcadas e desmarcadas resolvi ir sozinho à exposição Nippon, em comemoração aos 100 anos da imigração japonesa ao Brasil. Ignorei o tempo nublado e a boa caminhada que faria até o metrô.

14: 51 - Desembarquei feliz na estação Central. Consegui vir sentado e ainda ao lado de gente normal. (pessoas excêntricas são adeptas desse tipo de transporte público). Não estava chovendo. Decidi ir direto à parada do Teatro Nacional, esperar pelo ônibus que me levaria até o CCBB.

15:15 - Pasmem! O ônibus que o Banco do Brasil fornece de graça é parceiro do relógio. Se por acaso chegar mais cedo a uma parada, o motorista espera a hora certa de sair. Nunca andei em algo tão pontual.

16:00 – CCBB. Originalmente, decidi ir a essa exposição por indicação de uma grande amiga minha, que simplesmente desmarcou comigo um dia antes. Apesar da desfeita, eu sabia que a exposição estava lindíssima e que não poderia perder. Mas o que vi excedeu minhas expectativas. Tudo o que foi exposto e apresentado era de uma beleza ímpar. Os quimonos, que combinam as cores de acordo com as estações do ano. As armaduras feitas de couro, ferro e corda. As espadas samurais com mais de 900 anos. Tudo me remetia a um passado riquíssimo. Nippon apresenta a cultura japonesa através dos seus aspectos artísticos. A exposição é dividia em caminhos, que eram percorridos para alcançar a perfeição e atingir a iluminação por meio da disciplina. Lá estão o ikebama (caminho das flores), o chadô (caminho do chá), o shodô (caminho da escrita) o origami (caminho do papel) e a arte da porcelana. Existem alguns pontos que merecem destaque por sua capacidade de chamar minha atenção: Os documentos de imigração do navio Kassato Maru; a parte dedicada ao estilista Jum Nakao; Os balões da caixa de vidro; as inusitadas onomatopéias de animes, que são apresentadas de maneira tão diferente que seria necessário um post exclusivo. Para quem achou pouco, ainda existe um balão no qual é possível subir a alguns metros para apreciar a bela vista do lago e da terceira ponte. Infelizmente essa atração não estava funcionando devido o mau tempo.

17:50 - Vou embora do CCBB sob uma fraca garoa, levando comigo uma leve sensação de irrealidade após ter visto tanta beleza.

18:05 – De volta ao Teatro Nacional, corro até o metrô. A garoa tinha se transformado em uma chuva que ameaçava engrossar.

19:00 Em casa novamente.

Segunda 22 de setembro de 2008

00:32 – Termino o post afirmando: Nippon – 100 anos de integração Brasil – Japão : Altamente recomendado! Drix, você perdeu!

sexta-feira, setembro 19

Ensaio sobre a cegueira


Apesar da estréia do filme ter ocorrido semana passada ainda vale a crítica. Até por que, os lançamentos de hoje não merecem grande atenção mesmo.

Ensaio sobre a cegueira é uma adaptação do livro homônimo do escritor português José Saramago. Essa não foi a primeira tentativa de produzir um filme baseado na obra. Algumas outras já haviam sido feitas, porém o autor se recusava a permitir uma releitura de seu livro para as telonas. Segundo ele, o cinema destrói a imaginação, o que é verdade até certo ponto.

Porém nada é realmente destruído ao se assistir “Ensaio sobre a cegueira”. O que vemos é uma boa releitura das idéias do autor. Tudo começa com um motorista que fica repentinamente cego enquanto estava dirigindo. Ele vê apenas uma imensidão de branco, ao contrário do breu habitual da cegueira. A partir daí, a doença vai se disseminando, atingindo quem ainda consegue enxergar. Os primeiros doentes são mandados para a quarentena e é lá que se passa a maior parte do filme.

Ao contrário dos insossos blockbusters ao estilo “doença misteriosa acaba com o mundo, mas deixa alguns sobreviventes”, Ensaio sobre a cegueira não enfoca muito a disseminação da doença no planeta. Ele se volta para o gênero humano, e para o que ainda somos capazes de fazer em situações de crise. Acreditem, o filme dá uma série de tapas na cara de quem estiver assistindo. E não adianta alguém vir dizer que é tudo mentira de ficção. O que se passa ali é a pura realidade do que já existe em nosso mundo, mas que não vemos por andarmos de olhos fechados.

Algumas coisas me chamaram a atenção: a utilização de nomes próprios é limitada. Nomes de cidades, ou mesmo dos personagens principais não aparecem. Além disso, as cenas foram rodadas majoritariamente com estouro de branco. Tudo é muito claro e desprovido de cores fortes

Dirigido por Fernando Meirelles, o filme tem em seu elenco Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Gael Garcia Bernal, Sandra Oh, Don McKellar, Maury Chaykin, Yusuke Yseya e Yoshino Kimura.( se não souber quem é ninguém, joga no google ta.!?)

Eu não sei o que foi passado no festival de Cannes, mas com certeza não foi esse filme. Pra mim ele é cinco estrelas na cabeça.

Trailes do filme aqui e site oficial aqui